Portugal: Um Estado Gigante, Uma Cidadania Apagada

A máquina do Estado português tornou-se um monstro descontrolado. Durante décadas, a alternância política entre PS e PSD não foi mais do que um jogo de cadeiras, onde as diferenças ideológicas serviram apenas como distração para um sistema que se perpetua. O resultado? Um país estagnado, esmagado por uma burocracia ineficiente, serviços públicos degradados e uma classe política mais preocupada com a sua sobrevivência do que com a construção de um futuro sustentável.
Um Estado Insaciável e Sem Controlo
Portugal tem hoje um dos Estados mais pesados da União Europeia, com uma carga fiscal sufocante sobre os cidadãos e as empresas. No entanto, a qualidade dos serviços públicos continua a deteriorar-se. O Serviço Nacional de Saúde (SNS) está à beira do colapso, com falta de médicos, hospitais sobrelotados e tempos de espera inaceitáveis. A educação arrasta-se com reformas cosméticas e greves constantes, enquanto a justiça é lenta e muitas vezes inoperante, favorecendo sempre os poderosos.
Ao mesmo tempo, o Estado continua a gastar descontroladamente, sem qualquer transparência. O caso dos 4 mil milhões de euros em apoios a instituições particulares e fundações, sem fiscalização adequada, é apenas a ponta do iceberg. A Inspeção-Geral de Finanças já alertou para os riscos de corrupção e falta de transparência, mas nada muda. Os escândalos sucedem-se, e a impunidade mantém-se como regra.
A Máquina Pública e os Seus Privilegiados
O funcionalismo público, que deveria ser o pilar do Estado, transformou-se numa casta de intocáveis. Não há meritocracia, não há avaliação séria de desempenho, e qualquer tentativa de reforma esbarra nos sindicatos, que continuam a exigir mais dinheiro e mais regalias. A classe média e o setor privado, que sustentam este peso morto, veem-se sufocados por impostos e burocracia, sem qualquer contrapartida.
Os funcionários públicos, em muitos casos, tornaram-se vacas sagradas do regime, protegidos por um sistema que garante estabilidade e benefícios, independentemente da produtividade ou do serviço prestado. Não é uma questão de demonizar os trabalhadores do Estado, mas sim de perguntar: porque é que quem paga a conta tem menos direitos e segurança do que quem trabalha para o Estado?
A Cidadania Inexistente: Um Povo Resignado
A grande tragédia de Portugal não é apenas a corrupção e a incompetência da classe política. O maior problema é a apatia do povo. A cidadania é praticamente inexistente. Os portugueses, cansados de falsas promessas e desilusões sucessivas, deixaram de acreditar na mudança e refugiaram-se no conformismo.
Não há protestos significativos, não há pressão popular real para exigir reformas profundas. As greves são feitas para aumentar salários e não para exigir eficiência. As manifestações são episódicas e rapidamente esquecidas. A maior vitória do sistema foi convencer os cidadãos de que não há alternativa, e que qualquer luta contra este monstro burocrático é como uma formiga a tentar derrubar um titã.
Mas há sempre alternativa. A Islândia mostrou ao mundo que um povo mobilizado pode derrubar elites corruptas e reescrever as regras do jogo. O problema não é a falta de soluções, mas a falta de vontade coletiva para as implementar.
Até Quando?
Portugal está num beco sem saída, e o tempo está a esgotar-se. Sem reformas estruturais, o país continuará a afundar-se na dívida, na corrupção e na degradação dos serviços públicos. O colapso pode não acontecer amanhã, mas será inevitável se nada mudar.
A pergunta que cada cidadão deve fazer é simples: estamos dispostos a continuar a ser reféns deste sistema ou vamos finalmente exigir um país melhor?
Créditos para IA, DeepSeek e chatGPT (c)