Portugal: O Pântano Político que Afunda o País

Portugal atravessa um dos períodos mais críticos da sua história recente. O governo de Luís Montenegro, longe de representar uma mudança real, tornou-se apenas mais um capítulo da mesma narrativa política de estagnação e mediocridade que marca o país há décadas. Desde o início do seu mandato, Montenegro tem demonstrado dificuldades em consolidar a sua posição como primeiro-ministro, envolto em polémicas de nomeações e na ausência de respostas concretas para os problemas estruturais do país.
Mas o problema vai muito além deste governo ou deste primeiro-ministro. O verdadeiro cancro de Portugal é um sistema político fossilizado, onde PS e PSD se alternam no poder há 50 anos sem nunca desafiar os interesses instalados. Esta farsa de “alternância democrática” não passa de um teatro bem ensaiado, onde um partido governa e o outro finge ser oposição, apenas para trocar de lugar no ciclo seguinte. No final, o país continua entregue a uma elite política e económica que lucra com a estagnação, enquanto os portugueses lidam com serviços públicos em ruína, impostos sufocantes e um futuro sem perspetivas.
Colapso dos serviços públicos
O Estado português tornou-se um monstro burocrático ineficiente, que consome recursos excessivos sem oferecer serviços minimamente aceitáveis. O Serviço Nacional de Saúde (SNS) está em colapso: hospitais sobrelotados, falta de médicos, listas de espera intermináveis e um desinvestimento crónico que compromete a qualidade do atendimento. As pessoas mais vulneráveis, que não podem pagar seguros privados, são as principais vítimas deste desastre.
A Educação segue o mesmo caminho. Em vez de um sistema focado na excelência e na preparação dos jovens para os desafios do futuro, temos um ensino caótico, onde as sucessivas reformas “cosméticas” só servem para mascarar o verdadeiro problema: um modelo ultrapassado e incapaz de formar cidadãos críticos e qualificados. Os professores estão desmotivados, mal pagos e desrespeitados pelo próprio governo.
Os serviços públicos, de forma geral, encontram-se em roda livre. Qualquer cidadão que tente obter um documento numa repartição do Estado enfrenta longas esperas e burocracia absurda, enquanto os funcionários públicos que realmente trabalham são sobrecarregados devido à ineficiência generalizada. O Estado gasta milhões em tecnologia e digitalização, mas na prática, os serviços continuam tão lentos e ineficazes como há 30 anos.
O peso insuportável do Estado e a corrupção institucionalizada
Portugal tem um dos Estados mais caros e pesados da Europa. Em vez de eficiência e modernização, o que temos é um monstro burocrático que serve apenas para alimentar os interesses de uma classe política que vive à custa do dinheiro dos contribuintes.
As baixas médicas excessivas e sem controlo são apenas um exemplo da total falta de fiscalização e rigor na gestão dos recursos públicos. Todos sabem que há abusos, mas ninguém faz nada, porque denunciar esta podridão significaria enfrentar a máquina do Estado e os seus protegidos.
Enquanto isso, os políticos continuam a gastar como se o dinheiro fosse infinito. Contratos públicos obscuros, nomeações duvidosas, gastos excessivos em consultorias e assessorias que só servem para desviar dinheiro… tudo isto faz parte de um esquema bem montado para manter a elite política e económica no topo, enquanto a população paga a fatura.
E quando o sistema se vê ameaçado, a classe política une-se para garantir que nada muda. A recente moção de confiança pedida pelo governo e a decisão do PS de deixá-la passar são a prova clara de que PS e PSD sempre estiveram conluiados. Não há verdadeira oposição, apenas uma farsa de democracia para iludir os eleitores.
O conformismo do povo: um país sem revolta?
O mais chocante em toda esta situação não é a corrupção dos políticos – isso já se tornou esperado. O mais preocupante é o conformismo do povo português. Apesar do descalabro evidente, a maioria aceita passivamente este sistema podre. Há uma resignação coletiva, uma ideia de que “sempre foi assim e sempre será”, que impede qualquer mudança real.
A Islândia mostrou ao mundo que um povo pode tomar o destino nas próprias mãos. Quando os islandeses se viram traídos pelos seus governantes, saíram às ruas, exigiram responsabilidades e não largaram até conseguirem uma mudança profunda. Em Portugal, essa revolta nunca chega. A indignação é passageira, limitada a conversas de café e redes sociais, sem ações concretas para derrubar este regime de interesses.
A questão é: até quando? Quanto tempo mais os portugueses vão aceitar viver num país que os sufoca, que lhes rouba o futuro e que apenas serve os interesses de uma minoria? O destino de Portugal não pode ser a eterna decadência. Mas para que algo mude, o primeiro passo é romper com a apatia e perceber que este sistema só se mantém porque o povo o permite.
Será que algum dia os portugueses terão a coragem de dizer “basta”?
Créditos para IA, DeepSeek e chatGPT (c)