Democracia e Sociedade

Portugal na Retaguarda: Atraso Tecnológico e a Estagnação da Produtividade

Enquanto o mundo avança a uma velocidade sem precedentes com inteligência artificial, automação e inovação digital, Portugal parece preso a um modelo antiquado, onde a ineficiência, a burocracia e a resistência à mudança ditam o ritmo da economia. O resultado? Uma produtividade vergonhosa, comparada com outros países desenvolvidos, e uma incapacidade crónica de competir globalmente.

A Ilusão do Progresso

Nos últimos anos, Portugal tem promovido a imagem de um país moderno e tecnológico. Eventos como o Web Summit e os incentivos a startups parecem indicar um ecossistema inovador, mas a realidade dentro das empresas e do setor público conta uma história bem diferente. A maioria das organizações continua a operar com hierarquias inflexíveis, processos burocráticos do século passado e uma cultura de trabalho baseada na presença física em vez de resultados.

A transição digital, que deveria ser uma prioridade, arrasta-se a um ritmo lento. Empresas e serviços públicos ainda dependem de papelada, carimbos e processos manuais que poderiam ser automatizados. Enquanto outros países adotam inteligência artificial para melhorar a eficiência, em Portugal ainda se perde tempo com burocracia desnecessária.

Chefias Arcaicas e Meritocracia Ausente

Outro grande problema está na cultura empresarial. Muitas empresas portuguesas são dominadas por chefias ultrapassadas, que promovem mediocridade em vez de talento. A ascensão profissional muitas vezes não é baseada em competência, mas sim em relações pessoais ou anos de casa. O resultado é um ambiente onde a inovação é sufocada e os melhores profissionais acabam por emigrar para países que valorizam as suas competências.

A falta de meritocracia reflete-se nos baixos salários e na precariedade laboral. Jovens altamente qualificados são frequentemente obrigados a trabalhar em condições desmotivadoras, enquanto os cargos de chefia permanecem ocupados por gestores que não acompanham as mudanças tecnológicas.

A Tecnologia Como Fator Disruptivo

Apesar desta resistência à mudança, a tecnologia continuará a avançar e inevitavelmente forçará uma transformação no país. Inteligência artificial, automação e novas formas de trabalho remoto vão tornar obsoletos muitos dos modelos tradicionais que ainda dominam em Portugal.

O problema é que, ao invés de liderar esta revolução, o país permanece na retaguarda. Quando a mudança chegar, será imposta externamente, e Portugal será forçado a adaptar-se de forma reativa, em vez de aproveitar as oportunidades para crescer.

A Última Oportunidade para Acompanhar o Mundo

Portugal tem a capacidade de se modernizar e acompanhar o progresso tecnológico, mas para isso precisa de abandonar o imobilismo. É fundamental reformar a administração pública, desburocratizar processos, incentivar a inovação nas empresas e promover uma verdadeira cultura de meritocracia e produtividade.

A tecnologia não espera por ninguém. Se Portugal continuar a resistir às mudanças, será condenado a ser um mero espectador do avanço global, com uma economia frágil, baixos salários e uma população desmotivada. O momento para agir é agora. Caso contrário, o país permanecerá atolado no atraso, com um futuro cada vez mais incerto.

Francisco Gonçalves

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Créditos para IA, chatGPT e DeepSeek (c)

Francisco Gonçalves, com mais de 40 anos de experiência em software, telecomunicações e cibersegurança, é um defensor da inovação e do impacto da tecnologia na sociedade. Além da sua actuação empresarial, reflecte sobre política, ciência e cidadania, alertando para os riscos da apatia e da desinformação. No seu blog, incentiva a reflexão e a acção num mundo em constante mudança.

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