A Sombra da Censura: O Declínio da Liberdade de Imprensa e o Autoritarismo Emergente nos EUA

Os Estados Unidos sempre se apresentaram como um bastião da democracia e da liberdade de imprensa, mas o que está a acontecer com Trump desafia esse princípio fundamental. As suas ações – desde a demissão arbitrária de funcionários, passando pelo ataque sistemático à comunicação social, até ao enfraquecimento das instituições democráticas – lembram estratégias de governos autoritários. A grande questão é: por que não há uma reação forte dentro do país?
Fatores que explicam a apatia política nos EUA
- Polarização extrema
O país está mais dividido do que nunca. Trump tem uma base leal que vê todas as suas ações como uma defesa contra o “establishment” de Washington. Para muitos dos seus apoiantes, qualquer crítica vinda da oposição ou da imprensa é apenas mais um ataque injusto. Do outro lado, os democratas têm dificuldades em mobilizar uma resposta eficaz, pois qualquer tentativa de bloquear Trump é vista como partidarismo e não como uma defesa da democracia. - Controle do Partido Republicano
O Partido Republicano, que em tempos teve vozes críticas a Trump, tornou-se praticamente submisso às suas vontades. Os republicanos moderados foram afastados ou marginalizados, e a maioria dos congressistas do partido tem medo de contrariá-lo, sob risco de perder apoio eleitoral. - Erosão institucional
Trump está a desmontar estruturas democráticas ao substituir funcionários críticos por aliados leais. Isso não acontece apenas na Casa Branca, mas também no Departamento de Justiça, no Pentágono e em outras agências. Quanto mais ele enfraquece essas instituições, menos resistência enfrenta. - Desinformação e censura progressiva
A sua guerra contra a imprensa não é nova, mas agora está a atingir um nível inédito. Ao restringir o acesso de jornalistas à Casa Branca e ao promover uma narrativa de que apenas os seus meios de comunicação aliados dizem a verdade, Trump mina a credibilidade da informação objetiva. A desinformação prolifera, e a população torna-se cada vez mais confusa sobre o que é real e o que é manipulação. - O medo de uma crise económica ou social
Muitos americanos, mesmo aqueles que não apoiam Trump, estão mais preocupados com a sua sobrevivência económica do que com questões institucionais. Se a economia estiver relativamente estável, grande parte da população não sente um impulso imediato para se revoltar, mesmo que perceba que algo está errado.
O silêncio dos democratas
Os democratas enfrentam um dilema difícil:
- Se atacam Trump de forma agressiva, ele usa isso para fortalecer a sua narrativa de vítima e mobilizar a sua base.
- Se tentam jogar dentro das regras tradicionais, arriscam-se a ser irrelevantes, pois Trump não respeita essas regras.
A liderança democrata também tem estado dividida sobre a melhor estratégia a seguir. Alguns apelam à resistência ativa, enquanto outros tentam ser mais pragmáticos e esperar que o desgaste de Trump ocorra naturalmente. No entanto, esta inação pode estar a custar caro, pois cada dia que passa sem uma oposição forte, Trump avança mais no seu projeto de poder absoluto.
O que pode acontecer nos próximos meses?
Se esta tendência continuar, os EUA podem entrar numa fase de censura institucionalizada e de degradação das suas instituições democráticas. As eleições poderão ser manipuladas de forma indireta, dificultando uma alternância de poder legítima.
A grande incógnita é se haverá um ponto de rutura que desperte uma resposta mais forte da sociedade. Mas, para já, o silêncio e a complacência estão a permitir que Trump consolide um modelo de governação que antes parecia impensável nos EUA.
Créditos para IA, DeepSeek e chatGPT (c)