História Está Prestes a Repetir-se? As Concessões à Agressão e o Risco de um Novo Conflito Global

A história da Europa no século XX foi marcada por momentos de fraqueza política que resultaram em tragédias humanas. Um dos episódios mais emblemáticos foi a política de “Apaziguamento” adotada pelas potências ocidentais em relação à Alemanha nazi na década de 1930. Hoje, com o aumento da tensão na Europa, particularmente devido à guerra na Ucrânia, muitos se questionam se o continente está prestes a repetir os erros do passado.
1938: A Europa Cede a Hitler
No início de 1938, a Alemanha de Hitler já demonstrava intenções expansionistas, tendo remilitarizado a Renânia em 1936 e anexado a Áustria em março de 1938, num processo conhecido como Anschluss. O próximo alvo de Hitler foi a região dos Sudetas, na então Checoslováquia, onde vivia uma significativa população alemã.
A resposta da Europa Ocidental foi o Acordo de Munique, assinado a 30 de setembro de 1938 pelo primeiro-ministro britânico Neville Chamberlain, pelo líder francês Édouard Daladier, por Hitler e por Mussolini. Esse acordo permitiu que Hitler anexasse os Sudetas sem resistência militar por parte do Reino Unido e da França. Chamberlain declarou que havia garantido “paz para o nosso tempo”, mas essa paz durou menos de um ano.
Em março de 1939, Hitler tomou o resto da Checoslováquia, provando que sua ambição territorial não tinha limites. Poucos meses depois, a Alemanha assinou o Pacto Molotov-Ribbentrop com a União Soviética, garantindo que Stalin não interferisse na invasão da Polónia. Em setembro de 1939, Hitler invadiu a Polónia, e a Segunda Guerra Mundial começou.
O erro das potências ocidentais foi acreditar que poderiam conter a agressão nazista com concessões. Em vez de evitar a guerra, o apaziguamento apenas fortaleceu a confiança de Hitler para continuar sua expansão.
Paralelos com o Presente: O Conflito na Europa
Hoje, a Europa enfrenta uma nova ameaça de instabilidade, desta vez com a guerra na Ucrânia. Desde 2014, a Rússia tem demonstrado um padrão de expansão territorial, primeiro com a anexação da Crimeia, depois com o apoio a separatistas no leste da Ucrânia e, finalmente, com a invasão em grande escala de fevereiro de 2022.
O Ocidente respondeu com sanções económicas e ajuda militar à Ucrânia, mas a guerra continua, e a Rússia parece determinada a manter os territórios ocupados. Assim como em 1938, surgem vozes sugerindo que uma solução diplomática poderia passar pela cedência de territórios ucranianos em troca de paz.
A questão é: ceder territórios à Rússia trará paz ou apenas incentivará mais agressão, como aconteceu com Hitler em 1938?
Os Riscos de um Novo Conflito Global
A situação atual tem várias semelhanças com a década de 1930:
- Um líder autoritário com ambições expansionistas
- Hitler queria unir todos os povos germânicos sob o Terceiro Reich.
- Putin justifica sua agressão alegando a necessidade de “proteger” russos étnicos e restaurar a grandeza da Rússia.
- Uma resposta hesitante do Ocidente
- Em 1938, Reino Unido e França não quiseram enfrentar Hitler militarmente e buscaram um acordo diplomático.
- Hoje, a NATO apoia a Ucrânia, mas evita um confronto direto com a Rússia.
- O risco de um conflito global
- Em 1939, Hitler não parou após a conquista da Checoslováquia e continuou sua campanha militar pela Europa.
- Se a Rússia vencer na Ucrânia, poderá se sentir encorajada a testar a NATO em países bálticos ou na Polónia.
Além disso, a geopolítica atual inclui outros fatores de risco, como as tensões entre a China e Taiwan, os conflitos no Médio Oriente e a corrida armamentista global.
O Futuro da Europa: Repetir os Erros ou Aprender com a História?
A grande lição de 1938 é que a paz não se alcança cedendo ao agressor, mas sim mostrando força e determinação. Se o Ocidente tivesse agido com firmeza contra Hitler mais cedo, talvez a Segunda Guerra Mundial pudesse ter sido evitada.
Hoje, a decisão sobre como lidar com a Rússia terá implicações para o futuro da ordem mundial. Se a comunidade internacional ceder e permitir que a Rússia mantenha territórios conquistados pela força, isso poderá incentivar outras nações a fazer o mesmo, levando a um período de instabilidade e novos conflitos.
A história pode estar prestes a repetir-se, mas a Europa ainda tem tempo para aprender com o passado. O desafio será equilibrar diplomacia com dissuasão militar, garantindo que a paz seja conquistada pela firmeza e não pela rendição.
Francisco Gonçalves
e-mail: francis.goncalves@gmail.com
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